Ensino Fundamental – Ciências – Vida e Ambiente - Seres Vivos
Vírus, bactérias e fungos: uma introdução
Sequência Didática
Objetivos
- Reconhecer a existência dos micro-organismos e de suas formas de vida.
- Relacioná-los a hábitos como alimentação e higiene.
- Reconhecer a existência dos micro-organismos e de suas formas de vida.
- Relacioná-los a hábitos como alimentação e higiene.
Conteúdos
- Características dos micro-organismos.
- Doenças e higiene.
Anos
4º e 5º.
Tempo estimado
Oito aulas.
Material necessário
Meio litro de caldo de carne, 1 envelope de gelatina incolor, pratinhos de vidro ou placas de petri, lupas, livros, obras de referência, revistas de divulgação científica ou computador com acesso à internet.
- Características dos micro-organismos.
- Doenças e higiene.
Anos
4º e 5º.
Tempo estimado
Oito aulas.
Material necessário
Meio litro de caldo de carne, 1 envelope de gelatina incolor, pratinhos de vidro ou placas de petri, lupas, livros, obras de referência, revistas de divulgação científica ou computador com acesso à internet.
Flexibilização
Para alunos com deficiência visual
Ofereça os textos em braile para o aluno com deficiência visual. Ele também pode ter acesso à internet com a ajuda de programas de computador como o Dosvox ou o Jauss. Se necessário, antecipe algumas atividades para que o aluno desenvolva parte da pesquisa no contraturno. Garanta que os textos produzidos pela turma também sejam registrados em braile para o aluno e conte com a ajuda do professor responsável pela sala de recursos para produzir este material. Explique ao aluno cego como será feito o experimento e deixe que tenha contato com os materiais antes de começar a recolher as amostras. Ao longo da experiência, o aluno participa assim como os demais e pode contar com a ajuda de colegas para esfregar os cotonetes nas mãos e na boca e montar as placas. Na etapa de observação dos resultados divida a turma em pequenos grupos. Os colegas ajudam o aluno com deficiência visual descrevendo a experiência e o aluno produz um texto instrucional com o passo a passo do experimento e os resultados observados, para compartilhar com a turma.
Para alunos com deficiência visual
Ofereça os textos em braile para o aluno com deficiência visual. Ele também pode ter acesso à internet com a ajuda de programas de computador como o Dosvox ou o Jauss. Se necessário, antecipe algumas atividades para que o aluno desenvolva parte da pesquisa no contraturno. Garanta que os textos produzidos pela turma também sejam registrados em braile para o aluno e conte com a ajuda do professor responsável pela sala de recursos para produzir este material. Explique ao aluno cego como será feito o experimento e deixe que tenha contato com os materiais antes de começar a recolher as amostras. Ao longo da experiência, o aluno participa assim como os demais e pode contar com a ajuda de colegas para esfregar os cotonetes nas mãos e na boca e montar as placas. Na etapa de observação dos resultados divida a turma em pequenos grupos. Os colegas ajudam o aluno com deficiência visual descrevendo a experiência e o aluno produz um texto instrucional com o passo a passo do experimento e os resultados observados, para compartilhar com a turma.
Desenvolvimento
1ª etapa
Para identificar o que a turma sabe sobre micro-organismos, apresente o texto Olhe Esse Vento nas Costas, Menino!, de Drauzio Varella (disponível no endereço abr.io/drauzio). Depois da leitura, certifique-se de que todos entenderam o sentido geral do texto, especialmente o papel dos micro-organismos como causa de gripes e resfriados. Pergunte o que já ouviram falar sobre vírus, bactérias e fungos. Onde são encontrados? É possível vê-los? Como podemos diferenciar um do outro? Todos transmitem doenças?
1ª etapa
Para identificar o que a turma sabe sobre micro-organismos, apresente o texto Olhe Esse Vento nas Costas, Menino!, de Drauzio Varella (disponível no endereço abr.io/drauzio). Depois da leitura, certifique-se de que todos entenderam o sentido geral do texto, especialmente o papel dos micro-organismos como causa de gripes e resfriados. Pergunte o que já ouviram falar sobre vírus, bactérias e fungos. Onde são encontrados? É possível vê-los? Como podemos diferenciar um do outro? Todos transmitem doenças?
Texto: Olhe esse vento nas costas, menino!
Drauzio VarellaOlhe esse vento nas costas, menino!
Drauzio VarellaCuidado com a friagem, meu filho! Minha avó falava assim. A sua, provavelmente, também. Acho que todas as avós do mundo tiveram essa preocupação com os netos. Acostumados a considerar sábios os conselhos que chegaram até nós pela tradição familiar, também insistimos com nossos descendentes para que se protejam da friagem e dos golpes de vento, sem nos darmos conta de que fica estranho repetirmos tal recomendação ingênua em pleno século 21.
Se friagem fizesse mal, a seleção natural certamente nos teria privado da companhia de suecos, noruegueses, canadenses, esquimós e de outros povos que enfrentam a tristeza diária de viver em lugares gelados.
A crendice de que o frio e o vento provocam doenças do aparelho respiratório talvez seja fácil de explicar. Sem ideia de que existiam vírus, fungos ou bactérias, nossos antepassados achavam lógico atribuir as gripes e resfriados, que incidiam com maior frequência no inverno, à exposição do corpo às temperaturas mais baixas.
É possível que a conclusão tenha sido reforçada pela observação de que algumas pessoas espirram e têm coriza quando expostas repentinamente às baixas temperaturas, sintomas de hipersensibilidade (alergia) ao frio, que nossos bisavós deviam confundir com os do resfriado comum.
Confiantes na perspicácia de suas observações, as gerações que nos precederam transmitiram a crença de que friagem e golpes de ar provocam doenças respiratórias, restringindo a liberdade e infernizando a vida de crianças, adolescentes e até dos adultos:
– Não beba gelado, filhinho! Não apanhe sereno! Não saia nesse frio, minha querida, vai pegar um resfriado! Agasalhe essa criança; ela pode ficar gripada. Feche a janela, olhe esse vento nas costas! Descalço no chão frio? Vá já calçar o chinelo!
Crescemos obedientes a essas ordens. Quanto calor devemos ter sofrido no colo de nossas mães enrolados em xales de lã em pleno verão? Quantos guaranás mornos fomos obrigados a tomar nos aniversários infantis? Para sair nas noites frias, quantas camadas de roupa tivemos de suportar? Quantas vezes interromperam nossas brincadeiras porque começava a cair sereno?
A partir dos anos 1950, foram realizadas diversas pesquisas para avaliar a influência da temperatura na incidência de gripes, resfriados e outras infecções das vias aéreas.
Nesses estudos, geralmente realizados nos meses de inverno rigoroso, os voluntários foram divididos em dois grupos: no primeiro, os participantes passavam o tempo resguardados em ambientes com calefação, sem se exporem à neve ou à chuva. No segundo grupo, os participantes eram expostos à chuva, à neve e aos ventos cortantes.
Nenhum desses trabalhos jamais demonstrou que a exposição às intempéries aumentasse a incidência de infecções respiratórias. Ao contrário, diversos pesquisadores encontraram maior frequmicróência de gripes e resfriados entre os que eram mantidos em ambientes fechados.
Numa cidadezinha do interior da Holanda, na segunda metade do século XVII, um dono de armarinho chamado Antoni Leeuwenhoek, que tinha como distração estudar lentes de aumento, montou um aparelho que aumentava o tamanho dos objetos. Por uma curiosidade particular, dessas que costumam mudar os rumos da ciência, Leeuwenhoek, em vez de usar seu microscópio rudimentar para ampliar coisas pequenas, como patas de mosquitos, olhos de mosca ou buracos de cortiça, conforme faziam os ingleses naquela época, procurou as invisíveis. Examinou uma gota de chuva, a própria saliva, uma gota de seu esperma e ficou estarrecido com o que seus olhos viram.
Relatou assim suas descobertas: “No ano de 1675, em meados de setembro (…) descobri pequenas criaturas na água da chuva que permaneceu apenas alguns dias numa tina nova pintada de azul por dentro (…) esses pequenos animais, a meu ver, eram 10 mil vezes menores do que a pulga-d’água, que se pode ver a olho nu”.
Mais de 300 anos depois da descoberta dos micróbios, ainda continuamos a atribuir à pobre friagem a causa de nossas desventuras respiratórias. Convenhamos, não fica bem! Esquecemos que resfriados e gripes são doenças causadas por vírus e que sem eles é impossível adquiri-las. Aceitamos passivamente que o sereno faz mal quando cai em nossas cabeças e que o vento em nossas costas nos deixa doentes, sem pensarmos um minuto na lógica de tais afirmações. Qual o problema se algumas gotas de sereno se condensarem em nosso cabelo? E o vento? Por que só quando bate nas costas faz mal? Na frente não?
Gripes, resfriados e outras infecções respiratórias são doenças infecciosas provocadas por agentes microbianos que têm predileção pelo epitélio do aparelho respiratório. Quando eles se multiplicam em nossas mucosas, o nariz escorre, tossimos, temos falta de ar e chiado no peito. A presença do agente etiológico é essencial; sem ele podemos sair ao relento na noite mais fria, chupar gelo o dia inteiro ou apanhar um ciclone nas costas sem camisa, que não acontecerá nada, além de sentirmos frio.
A maior incidência de infecções respiratórias nos meses de inverno é explicada simplesmente pela tendência à aglomeração em lugares com janelas e portas fechadas para proteger do frio. Nesses ambientes mal ventilados, a proximidade das pessoas facilita a transmissão de vírus e bactérias de uma para outra.
A influência do ar condicionado na incidência de doenças respiratórias, entretanto, não segue a lógica anterior. A exposição a ele realmente favorece o aparecimento de infecções respiratórias agudas, mas não pelo fato de baixar a temperatura do ambiente (o ar quente exerce o mesmo efeito deletério), e sim porque o ar condicionado desidrata o ar e resseca o muco protetor que reveste as mucosas das vias aéreas. O ressecamento da superfície do epitélio respiratório destrói anticorpos e enzimas que atacam germes invasores, predispondo-nos às infecções.
2ª etapa
Para revisar e complementar as respostas, organize materiais para que realizem uma pesquisa. Além dos livros didáticos, apresente obras de referência e revistas de divulgação científica. Se houver acesso à internet, indique a versão Escola Online da Enciclopédia Britannica. Divida a sala em cinco grupos e entregue para cada um uma das perguntas debatidas na 1ª etapa. Auxilie-os a analisar as respostas encontradas e a produzir um pequeno texto explicativo para fixar no mural da sala.
Para revisar e complementar as respostas, organize materiais para que realizem uma pesquisa. Além dos livros didáticos, apresente obras de referência e revistas de divulgação científica. Se houver acesso à internet, indique a versão Escola Online da Enciclopédia Britannica. Divida a sala em cinco grupos e entregue para cada um uma das perguntas debatidas na 1ª etapa. Auxilie-os a analisar as respostas encontradas e a produzir um pequeno texto explicativo para fixar no mural da sala.
3ª etapa
Investigue a presença de micro-organismos no corpo humano ao preparar um meio de cultura para bactérias. Dissolva um envelope de gelatina incolor, substituindo metade da água por caldo de carne. Despeje uma pequena quantidade dessa mistura, ainda líquida, em pequenos pratos ou em placas de petri. Informando que a mistura terá que ser conservada na geladeira para evitar o derretimento e coberta com filme plástico para evitar sua contaminação, explique o experimento à turma: "Preparamos um ambiente (a gelatina) com nutrientes (o caldo de carne) propício para o crescimento de bactérias. Vamos ver em que partes do corpo humano elas existem? E em que condições?" Entregue duas placas para cada grupo. Uma deve permanecer intocada. Na outra, os alunos devem esfregar um cotonete com resíduos retirados de uma das seguintes fontes: dentes sem escovação, dentes recém-escovados, mãos sujas, mãos recém-lavadas com água e sabão ou entre os dedos dos pés. Peça que eles registrem suas previsões sobre o que vai ocorrer com cada uma das placas.
Investigue a presença de micro-organismos no corpo humano ao preparar um meio de cultura para bactérias. Dissolva um envelope de gelatina incolor, substituindo metade da água por caldo de carne. Despeje uma pequena quantidade dessa mistura, ainda líquida, em pequenos pratos ou em placas de petri. Informando que a mistura terá que ser conservada na geladeira para evitar o derretimento e coberta com filme plástico para evitar sua contaminação, explique o experimento à turma: "Preparamos um ambiente (a gelatina) com nutrientes (o caldo de carne) propício para o crescimento de bactérias. Vamos ver em que partes do corpo humano elas existem? E em que condições?" Entregue duas placas para cada grupo. Uma deve permanecer intocada. Na outra, os alunos devem esfregar um cotonete com resíduos retirados de uma das seguintes fontes: dentes sem escovação, dentes recém-escovados, mãos sujas, mãos recém-lavadas com água e sabão ou entre os dedos dos pés. Peça que eles registrem suas previsões sobre o que vai ocorrer com cada uma das placas.
4ª etapa
Depois de uma semana, tire amostras da geladeira e traga para a sala. Distribua lupas e oriente os alunos a analisá-las. O que ocorreu? Peça que desenhem o que observam em cada uma das placas. Debata sobre a diferença da quantidade de colônias de bactérias. Aponte que o corpo humano é o lar de milhões delas - algumas, como as da flora intestinal, são essenciais para a sobrevivência. Informe ainda que lavar as mãos, por exemplo, diminui a quantidade de micro-organismos sobre a pele.
Avaliação
Ao longo das etapas, observe, nas produções escritas e orais, se a turma:
- Entende que micro-organismos existem, ainda que alguns sejam invisíveis a olho nu.
- Compreende que eles são seres vivos, que se reproduzem, respiram, se alimentam etc.
- Sabe que alguns deles têm relação com doenças, enquanto outros são indispensáveis ao organismo.
- Identifica hábitos de higiene simples que impedem sua proliferação.
Para aferir a compreensão, uma possibilidade é organizar um preparo de massa de pão, questionando por que o fermento deve ser misturado a leite morno (é a temperatura ideal para a reprodução), por que se adiciona açúcar (nutriente para o fermento), por que a massa cresce (as leveduras se alimentam do açúcar e liberam gás carbônico, responsável pelas bolinhas no pão) e por que deve-se lavar as mãos ao manusear a massa (para não contaminar a mistura).
Depois de uma semana, tire amostras da geladeira e traga para a sala. Distribua lupas e oriente os alunos a analisá-las. O que ocorreu? Peça que desenhem o que observam em cada uma das placas. Debata sobre a diferença da quantidade de colônias de bactérias. Aponte que o corpo humano é o lar de milhões delas - algumas, como as da flora intestinal, são essenciais para a sobrevivência. Informe ainda que lavar as mãos, por exemplo, diminui a quantidade de micro-organismos sobre a pele.
Avaliação
Ao longo das etapas, observe, nas produções escritas e orais, se a turma:
- Entende que micro-organismos existem, ainda que alguns sejam invisíveis a olho nu.
- Compreende que eles são seres vivos, que se reproduzem, respiram, se alimentam etc.
- Sabe que alguns deles têm relação com doenças, enquanto outros são indispensáveis ao organismo.
- Identifica hábitos de higiene simples que impedem sua proliferação.
Para aferir a compreensão, uma possibilidade é organizar um preparo de massa de pão, questionando por que o fermento deve ser misturado a leite morno (é a temperatura ideal para a reprodução), por que se adiciona açúcar (nutriente para o fermento), por que a massa cresce (as leveduras se alimentam do açúcar e liberam gás carbônico, responsável pelas bolinhas no pão) e por que deve-se lavar as mãos ao manusear a massa (para não contaminar a mistura).
Retirado da REVISTA NOVA ESCOLA